27 de abril de 2009

Memórias da Revolução


Depois de ler o Post sobre os 25 de Abril de uma série de pessoas no Viver, fiz um comentário, mas era demasiado longo e então decidi trazê-lo para aqui:

Eu só nasci 3 anos depois do 25 de Abril de 74 e a primeira memória que tenho da revolução foi, numa das reuniões que a minha avó costumava ter em casa dela, com umas "irmãs" protestantes para orarem e lerem a Bíblia, a conversa não ter agradado muito a uma delas e a minha avó ter-se sentido muito ofendida quando lhe disseram que ela devia pertencer à PIDE.
Ora eu devia ter uns 6 ou 7 anos e não sabia o que era a PIDE, mas vi que coisa boa não devia ser porque a minha avó ficou tão transtornada com o comentário que as pôs fora de casa naquele instante.

É verdade que a minha mãe e a minha tia sofreram muito com o autoritarismo e conservadorismo da minha avó.
Liberdade não era realmente palavra que existisse lá em casa (nem para o meu avô, coitado!)Mas 6 -7 anos depois a liberdade existia para todos e também para a minha avó.
Só que a minha avó é muito fiel à sua religião. Se a Bíblia o diz é porque é verdade, não há quem a convença do contrário (é vê-la a dar baile aos católicos e testemunhas de jeová).
Felizmente a mentalidade dela tem vindo a acompanhar as mudanças sociais, a ponto de ela aceitar perfeitamente que os netos escolham não se casar.

Mas daqui levei uma lição que me tem acompanhado:
A hipocrisia está em quem tem o poder, seja na política seja na religião.

Lembro-me de ver este cartaz em casa de alguém...

5 comentários:

Pedro Cruz Gomes disse...

Este comentário era longo??? o.O

Susana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
susana disse...

já consegui postar.

Ana Margarida Nunes disse...

Infelizmente nao me recordo desse episódio. Era demasiado pequena e provavelmente ja me assustava com medo de o mundo ir acabar se o céu ficasse todo vermelho. Mas concordo.

Berquó disse...

só me faz lembrar a maria armanda à procura do sapo

ovistorosto

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